O jornal Le Monde publicou um documento vazado pelo site Wikileaks sobre o esforço dos franceses e americanos para substituir o então presidente Moussa Dadis Camara. Logo após ele ter comandado o massacre do estádio do 28 de setembro de 2009, quando fuzilou 150 opositores, as embaixadas dos EUA e da França se juntaram para tirá-lo do poder.
Moussa Dadis Camara - ditador que massacrou 150 opositores em 2009
Em 3 de dezembro de 2009 esse mesmo presidente sofreu uma tentativa de assassinato e foi levado ao Marrocos para tratamentos. A embaixada americana viu a ocasião como uma janela de oportunidade e juntamente com a França, correu atrás de países que pudessem oferecer asilo político à Camara. Vários países rejeitaram a proposta, até que Burkina Fasso aceitou.
No retorno para a Guiné, Moussa Camara entrou no avião, juntamente com seus assessores, em direção à Conakry. Mal sabia ele que americanos e franceses tinham planejado um desvio de rota para o país vizinho. O presidente foi entender que não tinha chegado a seu país depois que o avião já tinha pousado. Desde então ele ainda não voltou pra Guiné, continua em asilo político em Ouagadougou, capital da Burkina Fasso. Um outro general chamado Sékouba Konaté foi colocado em seu lugar. Um ano depois as eleições democráticas foram organizadas com resultado amplamente aceito.
Moussa Dadis Camara não é mesmo flor que se cheire, mas o que fica evidente nas revelações do Wikileaks é a atitude patriarcal e menosprezável da França e dos EUA em relação à Guiné e aos países da África. Já não é novidade pra ninguém que as potências mundiais adoram “meter a colher” nos países mais pobres, com desprezo claro em relação à capacidade dos mesmos de resolverem seus próprios problemas. Sem falar que EUA e França, nesta e em outras revelações, demonstraram uma perigosa e questionável certeza que polariza o mundo em dois lados: os certos (EUA e Cia) e os errados (todos os outros “incivilizados”).
A gravidade da interferência americana e francesa nesse caso fica diminuída pelo fato do presidente Camara ser mal-quisto por todos, mas deixa uma pulga atrás da orelha quanto aos outros países e os outros presidentes. As “boas” intenções podem mesmo justificar a interferência de um país na política de outro?
Bem, sem levar em conta a possibilidade de o mesmo ocorrer em outros casos menos sangrentos, eu acredito que tirar um filho da puta que assassina pessoas a sangue frio em estadio do futebol de domingo merecia era mesmo ser esquartejado em praca publica.
ResponderExcluirAs vezes, Fabio, o povo é tão enfraquecido que não tem como resolver seus próprios problemas...
Concordo, porém o perigo mora na ocasião em que os "certos" se equivocam ou estão corrompidos, e a vítima podemos ser todos nó. Vide as as ditaduras sul-americanas (inclusive a nossa), a guerra do Iraque e outras investidas desastrosas dos "donos da razão".
ResponderExcluirA organização do evento no estádio foi uma armadilha para o Dadis .
ResponderExcluirFoi a desculpa para criar instabilidade e com esse pretexto remover Dadis do poder .
Convem não esquecer que o Dadis limpou o pais do narcotrafico que usava Conakry como plataforma logistica para enviar cocaina vinda da Colombia e Venezuela em grandes quantidades e era transportada em aviões com a complicidade de altas individualidades do antrior regime .
O Dadis limpou tambem a corrupção da administração pública começando pelo o ministrério das minas .
Ora com tudo isto o Dadis criou muitos inimigos e com poder .
Basta vêr os candidatos á presidência .
Muitos eram ex ministros de Lanssana Conté todos corruptos .
Toda esta organização de instabilidade teve o apoio da França .
Ora se o Dadis é um ditador sanguinário porquê que ele não matou os ministros de Lanssana Conté ?
Ele manteve a segurança deles em detenção domiciliária sempre com a guarda dos Beret Rouge enquanto o povo queria a cabeça deles .
O Dadis foi o primeiro presidente do mundo a combater o narcotráfico de frente e de forma bem clara e a ter sucesso .
Mas os ratos estão em todo o lado .
Muito obrigado.