domingo, 14 de novembro de 2010

Contextualização da Guiné


Localizada bem na ponta da África, a Guiné fica a 4h de vôo de Natal e a 6h de vôo de Paris.


A bandeira tricolor da Guiné. Vermelho para o sangue derramado pelo seu povo na luta pela liberdade, o amarelo pela riqueza dos seus recursos naturais e o verde pela abundante vegetação.


Existem 4 países no mundo que usam a palvra "Guiné"  no seu nome: Guiné, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial e Papua Nova Guiné. O país sobre o qual eu me reporto no blog é simplesmete Guiné, alguns chamam de Guiné-Conakry já pra tirar qualquer confusão. 

Falando a grosso modo, a Guiné foi colônia francesa até 1958, quando adquiriu a independência através de um referendo popular organizado pela metrópole. A Guiné foi na época o único país de todas as colônias francesas a optar pela independência. O que não agradou ao General De Gaulle, que governava a França na ocasião. Em pouquíssimo tempo todo o corpo administrativo francês, seus dirigentes, instituições e etc foram retiradas da Guiné, deixando pra trás um país completamente "sem dono".

Em 1958 sobe ao poder então um guineense chamado Sékou Touré, que vai se tornar um paranóico e implantar uma ditadura "das bravas" até o ano de 1984. Seu governo se aliava discretamente à URSS durante a guerra fria, apesar de receber também ajuda americana.
Com sua morte em 1984, entra no poder Lansana Conté, que também implementa um regime repressor e violento. Apesar das eleições existirem no período em que ficou no poder, de 1984 a 2008, elas foram muito pouco transparentes e representativas. 

Em 2008 ele morre e entra um governo militar de "transição", liderado por Moussa Dadis Camara. Este governo promete organizar eleições inicialmente, mas o poder sobe à cabeça de Camara, e em 2009 anuncia que será candidato às elições presidenciais, o que levanta suspeitas entre os guineenses e o mundo todo sobre a legitimidade das eleições à vir. Então em 2009, na comemoração da independência do país, 28 de setembro, manifestantes organizam um "showmício"  no principal estádio de Cronakry. O exército, que fazia a segurança do evento, fecha os portões do estádio, metralha mais de 130 pessoas e estupra mais de 300 mulheres (algumas por dias) como forma de repressão. Este evento ficou conhecido como o " Massacre do Estádio de 28 de Setembro". Pasmem, isso foi em setembro de 2009, outro dia, não um evento de outras eras longíquas mais brutais. Desde esse evento deplorável Camara perdeu sua legitimidade no poder e foi esfaqueado pelo seu principal acessor. Gravemente ferido teve de ser substituído por um outro general, chamado Sékouba Konaté em dezembro de 2009.

Konaté conseguiu de fato organizar as primeiras eleições democráticas da Guiné desde sua independência em 1958, sem que nenhum militar se candidatasse. É a primeiraa eleição transparente e reconhecida internacionalmente pela sua seriedade. O segundo turno aconteceu há uma semana (dia 07/11/10), onde sobraram na disputa Alpha Condé e Celloun Diallo. O resultado ainda não saiu, pois ambos os candidatos entraram com pedidos de fraude um contra o outro, e o resultado só vai sair depois desse impasse.É história acontecendo diante dos olhos...

Saindo da política um pouco, a Guiné é também conhecida por "caixa d´água da África" por conter 3 nascentes de grandes rios africanos: Niger, Gambie e Senegal. Seus recursos naturais são dos mais abundantes do continente, o que entretanto ainda não trouxe benefícios para o país. A Guiné possui uma forte cena musical, patrocinada pelo passado comunista que acreditava na identificação nacional através da música. Este legado permanece forte e tenho certeza que vou descobrir novos "barulhos" por lá.
A Guiné foi classificada em 156o. lugar no ranking do IDH 2010, sendo que há 169 países na lista. É um país pobre, muito pobre. 

Bom, esta foi uma "breve"  contextualiação do país para melhor compreender do que vai se passar no dia-a-dia nos causos a serem contados aqui.



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