Cheguei apenas há dois dias, e desde então não tive muito tempo de fazer muita coisa a não ser trabalhar. Hotel – escritório – hotel, foi o que deu tempo de fazer. Mês que vem já devo me mudar pro apartamento, enquanto isso fico no hotel. ai uma foto da vista da minha janela:
Oceano Atlântico visto do outro lado
O que pude ver por enquanto foi da janela do carro e de umas brevíssimas caminhadas pelas ruas. Já deu pra perceber que o caos na cidade é maior do que eu já imaginava. Nas ruas há muita, muita gente caminhando pra cima e pra baixo, sem destino aparente, apenas caminhando. Deu pra perceber que falta trabalho, pois a quantidade de gente desocupada, sem fazer nada, é enorme. Dá pra notar a pobreza do país também. Há muito lixo nas ruas, figuras bizarríssimas circulando por todo lado. A cidade inteira parece uma mistura de uma gigantesca feira popular com crackolândia. Não existe sinal de trânsito, nem capacete para motociclistas, tampouco mão ou contramão nas vias. Existem sim muitos carros, acompanhados de muitas buzinas e inacreditáveis atos de imprudência no volante. As vans de transporte popular são surreais, parecem que foram queimadas e depredadas em 1908 e depois vendidas pros perueiros daqui. E dentro delas vão 30 pessoas, sem contar as que vão no teto e penduradas nas portas traseiras (que são na verdade um buraco na parte de trás da van, pois as portas mesmo já não existem mais).
Dá a impressão que todas as pessoas do país moram na beira das rodovias, há milhares delas. E lá mesmo vivem suas vidas: tomam banho, lavam roupa, cozinham, fazem suas necessidades, casais saem nos tapas... é uma cena bizarra atrás da outra. Tudo isso é fascinante.
As mulheres usam roupas muito coloridas com turbantes também coloridos. Amarram seus filhos às costas, com um pano que enrola a mãe e o bebê.
No final de semana é possível que dê pra ver as coisas com mais calma, por enquanto já percebi que vou ter muito trabalho e terei que me dedicar exclusivamente a ele. Como tenho muito tempo pela frente, não tenho pressa.
Tirar fotos aparentemente vai ser uma tarefa nada fácil. Por aqui fotografar qualquer monumento público é proibido e, dada a quantidade de militares nas ruas, mostra-se uma atividade que vai exigir discrição. Antes de começar a postar fotos vou observar melhor o lugar e entender melhor como funciona. Todos foram muito simpáticos até agora e por isso espero que no futuro, com uma boa conversa, eu consiga usar a câmera.
Vou tentar filmar algumas cenas da rua de dentro do carro a caminho do trabalho, porém a internet temperamental daqui vai ter q estar de muito bom humor até que eu consiga fazer upload do vídeo (precisei de mais de 2h pra conseguir publicar este simples post). De toda forma, vou me esforçar, as imagens das ruas daqui são impagáveis.
Em resumo, tudo está correndo muito bem, acho que vou me divertir muito por aqui. Histórias pra contar não vão faltar, apesar de nem sempre poder publicar imagens pelos motivos explicados acima.
Continuem acompanhando.
Este é apenas meu primeiro post de muitos diretamente de Conakry.
Fábio, fico feliz em ver sua disposição. Pelo que percebi de sua descrição, Conacry é Moçambique - onde estou - com os problemas elevados à 10a potência.
ResponderExcluirEspero que você continue por muito tempo achando tudo isso fascinante e insista em publicar posts, mesmo tendo que enfrentar a internet difícil que vai te perseguir por aí.
Boa sorte!
Sanflosi.
Fábio, a Sanflosi apresentou-me seu blog e também lhe desejo muita sorte por aí! Vamos acompanhando daqui suas aventuras.
ResponderExcluirGrande abraço!
Lucia Agapito
Sanflosi e Lúcia, todo esse caos vem me fazendo muito bem! Podem esperar que apesar da internet muitos e muitos posts vão surgir dessa loucura que só tá começando.
ResponderExcluirFÁBIO LOGO ESTAREI PARTICIPANDO COM VOCÊ DESTAS AVENTURAS
ResponderExcluirFÁBIO.
ResponderExcluirJamais eu pisarei neste país horrível,ainda mais agora,que tem a enfermidade "Ebola".
Adriel Batista Correia de Melo